Cruzar linhas de água?

Chegando as chuvas, geralmente, em grande quantidade, fazem com que o nível de água nos rios fique mais alto.

Por isso, algumas precauções devem ser tomadas e os conhecimentos reforçados na memória, para que o risco de acidentes seja menor. Trazemos então um guia muito útil!

A velocidade da água é determinada pelo volume, largura, profundidade e gradiente (inclinação) do rio. Em teoria, quando o rio alarga, a velocidade da corrente diminui somente se os outros fatores permanecerem os mesmos, como profundidade, inclinação, etc.

Para medir a velocidade da água atire um pedaço madeira (um pau, um pedaço de tronco seco, etc) no rio e acompanhe pela margem.

Em águas acima do joelho a maioria das pessoas não consegue atravessar, se a velocidade está acima do que podem andar. Em situações assim, é impossível cruzar com segurança a grande maioria dos rios, exceto aqueles de águas calmas.

Fazer um bom scout (reconhecimento prévio do local) é fundamental na procura de locais para atravessar e na escolha do método.

O maior perigo não é ser arrastado pela corrente, mas ficar preso em baixo de um Strainer ou coador, como por exemplo, um tronco ou galhos de uma árvore. Ficar com o pé preso no fundo representa um grande risco.

Soltar as fivelas da mochila é importante, pois diminui as chances de ficar preso, caso seja arrastado pela corrente.

Métodos de Travessia


Travessia Seca

  • Cruzar rios usando troncos e rochas como pontes pode preservar o pé seco, mas requer equilíbrio, agilidade e sorte. Uma falha em executar esta manobra pode causar mais lesões do que uma cuidadosa e bem pensada travessia.
  • Considere montar uma corda na altura do ombro e ao lado do corpo para não interferir na caminhada. Examine a possibilidade de alguém cair na água e ficar preso no mesmo tronco que serviu de ponte. Se há essa possibilidade, é um cruzamento potencialmente muito arriscado.
  • Saltar de pedra em pedra é uma opção arriscada, pois em caso de queda a possibilidade de uma lesão é alta. Utilize um bastão como apoio, já que ele reduz a necessidade de um salto. Considere o peso da mochila como um agravante. Se há a possibilidade de cair na corrente, é um cruzamento potencialmente muito perigoso.

Travessia

Prepare o grupo. Praticar pode melhorar e muito as chances de um grupo atravessar com segurança. Pratique em terra e com corrente e profundidades menores. Em grupo, é fundamental que todos estejam 100% claros e confortáveis com o plano de como o rio será cruzado.

Qual a profundidade que alguém pode atravessar com segurança?


  • Profundidades do tornozelo até metade da canela normalmente pode-se atravessar sozinho com ajuda de um bastão.
  • Metade da canela até metade da coxa deve-se usar outras duas pessoas como suporte.
  • Acima dos joelhos a dificuldade fica consideravelmente maior. Encontre outro lugar para atravessar onde não exista corrente.
  • Da metade da coxa até a cintura fica mais difícil ainda. Evite atravessar nesta condição. Não atravesse com água acima da cintura. Mude a rota, ou, em último caso, acampe e espere a corrente baixar.

Técnicas


  • Quando atravessar sozinho, encare a corrente de frente e utilize um bastão formando um tripé. Mova-se em sentido perpendicular ou diagonal, através da corrente.
  • Mova um ponto de apoio de cada vez. Dê passos curtos e mantenha-se em movimento. Parar em partes difíceis desperdiça energia.
  • Cruzar em grupos tende a ser mais estável do que fazer sozinho. Existem vários métodos, porém dois deles se destacam:
  • Comboio – Forme uma fila de 2 a 5 pessoas paralela à corrente e encarando a montante (rio acima). A primeira pessoa usa um bastão e os outros seguram firme na cintura ou na mochila do colega da frente. As pessoas atrás suportam quem está na frente. O grupo move-se em passos de lado, curtos e coordenados até a margem oposta.
  • Corrente – 2 a 4 pessoas todas enfrentando de frente a corrente, dando as mãos ou segurando a mochila de cada colega ao lado. Este método não é tão estável, mas ajuda bastante quando o grupo precisa desviar de obstáculos no fundo do rio e quando existam poucas seções difíceis. Expondo, portanto, apenas uma pessoa de cada vez a estas áreas sempre com ajuda de outros que estão em melhor posição.

Natação em corrente


Se cair na água e achar-se a mercê da corrente, largue a mochila imediatamente e comece a flutuar com a barriga para cima e os pés voltados para jusante (rio abaixo) e elevados. Esta posição permite ver para onde está indo e deixa as suas pernas absorverem o impacto ou desviarem de rochas. Evite ficar de pé. Ele pode ficar preso facilmente. Espere até chegar a um local de água lenta e rasa para levantar-se.

Recomendações


  • Preveja o arraste de alguém pela corrente e escolha com cuidado o ponto de travessia.
  • Coloque um “spotter” rio abaixo com um bastão e com habilidades para resgatar alguém que esteja a ser arrastado, sem que seja necessário ele próprio entrar na água.
  • Certifique-se que cada pessoa esteja com o peso da mochila bem distribuído, ou seja, o centro de gravidade da mochila precisa estar próximo ao do corpo do participante. Retire tudo da mochila e recoloque caso necessário.
  • Uma opção é sempre esperar a corrente baixar.
  • Sapatos fechados deverão ser usados em todos os cruzamentos de rios potencialmente arriscados.
  • Se as mochilas são levadas, as fivelas devem serão abertas em todos os cruzamentos de rio potencialmente arriscados.

Depois de ler todas estas dicas, que tal colocá-las em prática? 

A tua aventura começa aqui!